No Natal de 1897, Virgínia O`Hanlon Douglas, de 8 anos, enviou uma carta para o jornal The Sun perguntando se Papai Noel existia.
O editorialista
Francis Church respondeu e publicou a carta no jornal e sua repercussão foi tanta que o The Sun a
publicou durante anos, sempre na época do Natal, até seu último número em 1949.
Gente eu sei que a maioria já leu e re-leu essa carta milhões de vezes. Mas eu acho que o editorial foi incrível e mesmo sendo publicada há mais de 100 anos, é uma reflexão essencial para os dias de hoje!
Para quem ainda não a conhece ela
está aqui.
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Página editorial do jornal “The New
York Sun”, 1897.
"Nós temos o prazer de responder à carta abaixo, expressando ao mesmo tempo nossa gratidão por sua autora estar entre os leitores fiéis do The Sun.
- Eu tenho 8 anos. Alguns dos meus amiguinhos
dizem que Papai Noel não existe. Meu pai sempre diz, se estiver no “Sun”, então
existe. Por favor, diga-me a verdade: Papai Noel existe?
Virginia O´Hanlon
Carta original, enviada ao The Sun em 1897. Fonte: Wikipédia |
Virginia, seus amiguinhos estão errados. Eles
têm sido afetados pelo ceticismo de uma era marcada pela descrença das pessoas.
Eles não acreditam no que não vêem. Eles não
acreditam no que suas pequenas mentes não podem entender. Todas as mentes,
Virginia, são pequenas, não importa se são de crianças ou de adultos.
Neste nosso grande universo, o homem é um mero
inseto, uma formiga, quando seu cérebro é comparado com o infinito mundo ao seu
redor, ou quando ele é medido pela inteligência capaz de absorver toda a
verdade e conhecimento.
Sim, Virginia, existe Papai Noel.
É tão certo que ele exista, como existe o
amor, a generosidade e a devoção, e você sabe que tudo isso existe em
abundância para dar mais beleza e alegria a nossas vidas.
Ah! Como o mundo seria sombrio se Papai Noel
não existisse! Seria tão triste como se não existissem Virginias. Não haveria
então a fé das crianças, a poesia, nenhum romance que tornasse tolerável a
existência. Nós não teríamos nenhuma felicidade, exceto em nossos sentidos. A
luz acesa com a qual as crianças enchem o mundo estaria apagada.
Não acreditar em Papai Noel! É como não
acreditar nas fadas.
Você deveria pedir ao seu pai que contratasse
muitos homens para que eles vigiassem todas as chaminés, e assim você pegaria o
Papai Noel, mas, mesmo que você não o veja descendo por uma das chaminés, o que
isso provaria?
Ninguém vê Papai Noel, mas não há nenhum
indício de que ele não existe. As coisas mais reais deste mundo são aquelas que
nem as crianças e nem os adultos podem ver. Você já viu as fadas dançando no
campo? Claro que não, mas não existem provas de que elas não estão lá. Ninguém
pode compreender ou imaginar todas as maravilhas do mundo que são invisíveis e
que nunca poderão ser admiradas.
Você quebra o chocalho de um bebê e vê o que
faz o barulho por dentro dele, mas existe um véu que cobre o mundo invisível,
que nem mesmo o homem mais forte, nem mesmo a união das forças dos homens mais
fortes do mundo poderia rompê-lo.
Apenas a fé, a poesia, o amor e a imaginação
podem abrir esta cortina, ver e pintar a beleza sobrenatural e a glória que
estão por trás dela. E tudo isso é real?
Ah, Virginia, em todo esse mundo não há nada mais
real e permanente.
Não existe Papai Noel? Graças a Deus que ele
vive, e que viva para sempre. Daqui a mil anos, Virginia, ou daqui a cem mil
anos, ele continuará a trazer alegria para o coração das crianças."
FELIZ NATAL!